O general-de-Exército Magioli abriu seu discurso pedindo vênia ao presidente para ler um poema escrito pelo ministro e amigo Olympio Pereira da Silva Junior, numa referência à linguagem tão usada pelos ministros durante os julgamentos. Em seu discurso, ele agradeceu aos participantes da construção de sua carreira: desde os integrantes das Forças Armadas e magistrados da Justiça Militar até a família, amigos e servidores do Tribunal.
Renaldo Magioli realçou o papel – por vezes mal compreendido - da Justiça Militar na vida do país e das Forças Armadas: “Após quatro anos de Tribunal, constatei que o corporativismo, às vezes mencionado por terceiros por ignorância ou má fé, não se faz presente nesta Corte; aqui, o que prevalece nos julgamentos é a justiça, decorrente, principalmente, do conhecimento técnico, tirocínio, equilíbrio, bom senso e da humana e correta aplicação da lei. É com ‘fazer justiça’ que os ministros de preocupam. Daí o reconhecimento no mundo jurídico de que o STM sempre preservou uma tradição de lisura, independência, imparcialidade e tolerância e de fidelidade aos princípios democráticos e às normas do Direito”.
Durante a cerimônia, Magioli recebeu um exemplar da coletânea dos principais acórdãos prolatados durante o exercício de suas funções no STM.
O ministro Raymundo Nonato de Cerqueira Filho falou em nome da Corte. Ele destacou a personalidade marcante, o senso de justiça e a viva inteligência do companheiro de Exército e de Tribunal. Ele também ressaltou a presença do magistrado em todas as sessões realizadas pelo Tribunal durante os quatro anos de judicatura.
“O ministro Magioli, em seus mais de 50 anos de profícuo serviço à nação demonstrou toda a sua capacidade e disposição para o trabalho em equipe e na busca de soluções. Hoje deixa um laborioso legado a esta Corte”, reconheceu o ministro general-de-Exército Cerqueira.
Histórico
Reinaldo Quintas Magioli foi indicado pelo presidente Lula em 2007 para compor o Tribunal. Nasceu em 26 de agosto de 1941 na capital fluminense. A carreira militar vitoriosa começou como aspirante-a-oficial da Arma de Infantaria em 1963. A promoção a general-de-Exército, posto mais alto na hierarquia do Exército se deu em 2004. Ao todo, foram mais de 50 anos dedicados ao Exército.
Ao longo da carreira nas Forças Armadas, Magioli foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército, em Brasília. Também na capital federal ocupou o cargo de chefe do Estado Maior de Defesa, no Ministério da Defesa e foi comandante de Operações Terrestres.
