Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), os planos de saúde brasileiros gastaram, em 2013, 16%  a mais do que no ano de 2012. Esses gastos foram decorrentes, principalmente, de internações, consultas, exames e terapias.

O VCMH (Índice de Variação dos Custos Médico-Hospitalares) considera, além da variação dos preços, a frequência de utilização dos serviços de saúde. Esse índice cresceu bastante em 2013, dando um resultado 10,1 pontos percentuais acima do IPCA do período, que foi de 5,9%.

Boa parte desses valores reflete o aumento nos custos das internações, bem como o uso de materiais importados, equipamentos de grande tecnologia, órteses, próteses e materiais especiais (OPME), além de procedimentos e cirurgias de alta complexidade, dentre outros fatores.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração na elevação constante dos gastos, decorre do envelhecimento gradual dos beneficiários dos planos de saúde, desenvolvimento de técnicas novas e mais caras para o tratamento de algumas doenças, utilização de medicamentos de alto custo, aumento do número de doentes crônicos e reajustes periódicos de honorários médicos e taxas hospitalares impostos pelos prestadores de serviços de saúde.

Portanto, a tendência das grandes operadoras de planos de saúde está sendo, atualmente, a gestão de custos. A estratégia adotada por algumas delas é a concentração do foco na gestão da saúde, principalmente dos beneficiários responsáveis pela maioria das despesas, ou seja, cuidar bem principalmente das faixas etárias com idades acima de 59 anos, antes que essas pessoas virem doentes crônicos.

Há que se considerar, também, nessa análise do problema, que boa parte dos gastos com saúde está relacionada com uma super utilização de alguns serviços, com a realização de procedimentos muitas vezes desnecessários e/ou inadequados, com o uso de insumos caros, etc, dentre outros fatores.

Por isso, pedimos a você - beneficiário do PLAS/JMU -, que nos auxilie e, tanto quanto possível, converse com o seu médico, evitando a realização de procedimentos que não sejam absolutamente essenciais para o seu diagnóstico e/ou tratamento, particularmente aqueles de mais alto custo (Ex: Ressonâncias, Tomografias, Cintilografias, etc), em especial se tiverem sido realizados há pouco tempo e apresentado resultados dentro dos parâmetros de normalidade.

Além, disso, procure conferir periodicamente seus extratos do Plano, para nos ajudar a melhor controlar as clínicas e hospitais que são nossos credenciados, no sentido de verificarmos se estão cobrando apenas pelos serviços que foram efetivamente prestados a você e seus dependentes, pois vocês são os maiores aliados que temos na contenção dos custos do nosso Plano de Saúde.

Finalmente, como esclarecimento, informamos que com relação ao PLAS/JMU, no ano de 2014 foi aprovado o orçamento de R$ 10.315.000,00 para pagamento das despesas do Plano.

Até junho, foi liquidado o valor de R$ 6.822.793,02 com uso desses recursos e a despesa paga com recursos próprios foi de R$ 651.262,41, totalizando R$ 7.474.055,43.

No tocante à receita decorrente de recursos próprios (contribuições, custeio, aplicações financeiras), tivemos no mesmo período (janeiro a junho de 2014):

Contribuição do Titular e Dependentes Diretos R$ 1.514.821,83
Contribuição de Dependentes Indiretos e Especiais R$ 355.798,56
Custeio R$ 2.011.513,66
Aplicação Financeira (CDB-DI / BB) R$ 102.025,15
TOTAL DE RECEITAS DE RECURSOS PRÓPRIOS R$ 3.984.159,20

Sua participação é muito importante!

PLAS/JMU: Gente cuidando de gente!

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) demonstra as dificuldades que o idoso enfrenta para conseguir atendimento médico na rede privada. Das 20 maiores operadoras de planos de saúde que atuam em São Paulo, apenas oito vendem planos individuais para quem tem mais de 60 anos.
 
Cinco submetem os interessados a exames médicos. A prática é chamada de "entrevista qualificada", um eufemismo para disfarçar um fato: o idoso não é bem-vindo. Para o Idec, o exame prévio é ilegal. Ele é um desrespeito ao artigo 52 da Constituição, que preserva a intimidade do cidadão. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) permite a prática da entrevista qualificada, mas o consumidor tem o direito de escolher se quer passar pelo exame.O idoso custa mais às operadoras, por precisar de mais cuidados. Mas paga mensalidade mais alta. O problema nas contas das operadoras não é causado por essa faixa etária. Nos últimos cinco anos, a despesa do setor cresceu mais que a receita por outros motivos - entre eles o número excessivo de pedidos desnecessários de exames, tratamentos e cirurgias. Os planos de saúde pagam os hospitais segundo um modelo de remuneração equivocado. O modelo estimula o uso sem critério de material e medicamento e a cobrança de valores excessivos por serviços. Para conter o problema, as operadoras mantêm auditores nos hospitais. Essa fiscalização em si representa outro gasto adicional. As entidades representativas de hospitais e convênios dizem defender a mudança do sistema, mas não chegam a um acordo. Na transição para um novo modelo, nenhum dos lados quer reduzir suas margens de lucro. Em vez de impor restrições ao cliente, as empresas deveriam consertar os ralos por onde escorre o dinheiro. O mercado da saúde privada precisa de um choque de transparência e bom-senso.
 
Fonte: Revista Época - dia 18/08/2014
Notícias STM