17/06/2024

Integridade na administração pública é tema no primeiro dia do "Lidera Aí"

O que te vem à cabeça quando você pensa na palavra integridade? Honestidade, correção?

O conceito de integridade na administração pública também remete a essas mesmas ideias.

E esse foi o tema da palestra do professor e diretor de Compliance da Cemig, Daniel Lança, no primeiro dia do Lidera Aí, evento de capacitação dos gestores da Justiça Militar da União que aconteceu até a última sexta-feira (14), em Brasília.

De acordo com definição da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), integridade pública é o alinhamento consistente e a adesão a normas, valores, princípios éticos compartilhados para defender e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público.

Daniel Lança defendeu que os líderes precisam ser exemplos para que se alcance ambientes livres de corrupção e onde os colaboradores consigam crescer com confiança: a integridade é a base.

Lança acredita que mais reforços positivos devem ser adotados dentro das organizações: hoje, os órgãos focam majoritariamente na repressão dos comportamentos inadequados - um sistema de monitoramento e desconfiança que gera mais desconfiança.

“Temos que sair do reforço negativo e caminhar para o positivo. Claro que temos que ter as ferramentas de monitoramento.

Mas precisamos também empregar mais energia na construção de um sistema de confiança.

Precisamos falar mais de integridade. Podemos, como liderança, engajar as pessoas na construção da organização que queremos ter”, sustentou o professor.

E como fazer isso na prática? O especialista em compliance indicou alguns requisitos:

  1. Comprometimento da alta direção: se a direção não comprar a ideia da integridade como base, não o comportamento não “vai descer” até os subordinados. O que se faz fala muito mais do que o que é dito. Trata-se de liderar pelo exemplo. O líder precisar ser íntegro e parecer íntegro e prestar atenção nos conflitos de interesse bem na origem.
  2. Pensar qual é a conduta esperada dos colaboradores. O que está no manual de conduta? Quais são as regras? É necessário normatizá-las. As pessoas precisam de normas claras para cumprir, para criar um ambiente de conformidade.
  3. Pensar em gestão de riscos: onde estão os maiores problemas de integridade na minha organização? Pensar nos piores cenários possíveis para se preparar.
  4. Falar sobre integridade, criar uma cultura de integridade dentro da organização.
  5. Ter um canal de denúncias pelo qual as pessoas possam denunciar de forma anônima e sem retaliação, e apurar as denúncias, independente de quem atinjam, de forma imparcial.

“Grandes deslizes começam com pequenas concessões éticas. Mas esses são bons parâmetros para pensar a integridade na prática”, concluiu o palestrante.

JFS 2015

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