Maria Elizabeth Rocha defende reforma da lei penal militar e ampliação da competência da JMU. Ela também acredita que as militares agredidas no contexto doméstico por companheiros militares devem ser protegidas pela Lei Maria da Penha.
O Código Penal Militar deve recepcionar novos dispositivos da legislação comum
O último dia do Seminário de Direito Penal e Processual Militar, que acontece no Rio de Janeiro, foi aberto pela ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha. Ela preside a Comissão de Reforma do Código Penal Militar formada no STM com representantes diversos ramos do Direito. A magistrada falou sobre as alterações que serão propostas pela comissão.

A ministra defende a ampliação da competência da Justiça Militar da União para processar as infrações disciplinares cometidas por militares. “Trata-se de uma unificação por pertinência temática. Tanto o crime militar quanto a infração disciplinar ferem os princípios basilares da hierarquia e da disciplina. A Justiça Militar da União é quem detém o conhecimento técnico para processar ambos. Além disso, as justiças militares estaduais já julgam esse tipo de infração, o que cria uma jurisprudência dupla”, justifica. Atualmente, a Justiça Federal é responsável por julgar tais infrações.

Outro ponto abordado foi a possibilidade da transposição de leis extravagantes ao CPM, por meio de uma alteração do artigo 9 do diploma legal. Dessa forma, seria possível trazer a lei dos crimes hediondos e de crimes ambientais, por exemplo, para a legislação penal militar, sem a necessidade de se fazer alterações sucessivas no texto do Código.

A comissão também defende a realização de interrogatórios por videoconferência, o que já é permitido pelo Código de Processo Penal comum. “Nós não temos Auditorias em todos os estados e é de interesse do próprio réu, que muitas vezes é hipossuficiente e se encontra longe do seu juiz natural".

A ministra sustentou a utilização da medida somente em casos excepcionais e justificados, visando assegurar a legítima defesa e o devido processo legal, bem como a rápida prestação judiciária.

Lei Maria da Penha

Outro ponto importante abordado pela magistrada foi a violência contra mulheres militares cometida por maridos ou companheiros também militares dentro do âmbito do lar. Ela ponderou que a participação feminina dentro das Forças Armadas vem aumentando, assim como as relações afetivas entre militares.

“Eu defendo com veemência que o fato das mulheres integrarem a carreira militar não impede que sejam vítimas de agressão por companheiros militares dentro de casa. No âmbito do lar, a lei Maria da Penha deveria ser aplicada - não o CPM, como lesão corporal - e o foro declinado para a justiça comum. Estamos criando duas categorias de mulheres, já que a Lei Maria da Penha prevê punições muito mais rígidas contra os agressores”, salientou a ministra.

As conclusões da Comissão de Reforma do Código Penal serão apresentadas ao Plenário do STM e posteriormente, enviadas como sugestão ao Congresso Nacional. A comissão que proporá mudanças ao Código de Processo Penal Militar será presidida pelo ministro Artur Vidigal de Oliveira.

 

Os diversos programas da Rádio Justiça e a Voz do Brasil deram ampla cobertura ao Seminário

Os diversos programas da Rádio Justiça, a exemplo do "Jornal da Justiça" e do "Giro pelos Tribunais", abriram espaço e fizeram uma boa cobertura do Seminário de Direito Penal e Processual Penal, realizado pela Justiça Militar da União, no Rio de Janeiro.

O programa "Voz do Brasil", veiculado diariamente às sete horas da noite em todas as emissoras do país, também abriu espaço ao evento. Para ouvir as entradas e veiculações, acesse o canal do STM no Youtube.

 

Pelo menos 30 juízes federais e estaduais já confirmaram presença no 2º Curso sobre o Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo, promovido pelo Superior Tribunal Militar.

O curso vai ocorrer no período de 12 a 16 de agosto e deve reunir magistrados, advogados da União, defensores públicos, promotores e procuradores, assessores jurídicos de diversos órgãos e integrantes das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública do país.

O objetivo do curso é propiciar aos participantes um conhecimento mais acurado sobre as peculiaridades da segurança de voo na aviação brasileira e aproximar os operadores do direito dos aspectos técnicos que envolvem a análise de acidentes aeronáuticos.

Para isso, foram abertas 120 vagas para representantes da Justiça Militar, Justiça Federal, Ministério Público e Advocacia Geral da União, entre outros órgãos.

Este é o segundo ano de realização do curso, que é planejado e organizado pelo Centro de Estudos Judiciários da Justiça Militar da União (Cejum). A coordenação científica é do juiz federal substituto Marcelo Honorato, que já foi piloto da Força Aérea Brasileira e é considerado um dos maiores especialistas em segurança de voo do país.

Dentre as palestras previstas estão “A Investigação do Sipaer e a Atuação do Poder Judiciário”; “O Direito penal e processual penal no acidente aeronáutico”; “Princípios do sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos” e “A investigação criminal nos acidentes aeronáuticos”.


Na programação, boa parte realizada no edifício-sede do STM, estão previstas visitas técnicas ao CINDACTA I, COMDABRA, CENIPA, todos órgãos da Aeronáutica, e ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.

A primeira edição do curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Vôo” ocorreu em novembro do ano passado e diante do sucesso do evento, o único do gênero realizado no país, foi bastante prestigiado e procurado por operadores do direito, o que tornou imperiosa a organização de uma segunda edição.

Entrevista

Recentemente, o juiz federal Marcelo Honorato, coordenador científico do curso O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo, concedeu uma entrevista exclusiva ao Canal Youtube do STM. No sete minutos de entrevista, o especialista esclarece os principais pontos discutidos pelos operadores do direito durante o evento. Acompanhe no vídeo abaixo.

Confira também a programação completa do II Curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo”. As inscrições foram encerradas no dia 5 de julho e todas as 120 vagas foram preenchidas. 

Segundo dados apresentados pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar e ministro do Superior Tribunal Militar, William de Oliveira Barros, a média de acidentes aéreos a cada um milhão de decolagens no Brasil está abaixo da média mundial: 1.9% contra 3.2% no resto do mundo.
Ministro do STM abre "O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo" com prevenção de acidentes
Ministro William durante palestra
Com mais de 7 mil horas de voo no currículo, o ministro do Superior Tribunal Militar, William Barros, fez a palestra de abertura da segunda edição do curso "O Papel do Poder Judiciário da Segurança de Voo" que acontece em Brasília até o dia 16 de agosto.

O ministro apresentou marcos legais para a normatização do uso do espaço aéreo como a Convenção da Aviação Civil Internacional, assinada em Chicago, em 1944, e aprovada no ano seguinte pelo Brasil.

O ministro focou a palestra na prevenção de acidentes aéreos. Para contextualizar, ele apresentou algumas estatísticas que provam a complexidade da malha aérea brasileira. Segundo os dados coletados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o Brasil tem a segunda maior frota da aviação geral do mundo e o estado de São Paulo concentra a maior frota de helicópteros do mundo, ultrapassando Nova Iorque nos Estados Unidos.

Mesmo com essa complexidade no controle de um espaço aéreo como o do Brasil, o ministro William divulgou que a média de acidentes aéreos a cada um milhão de decolagens no Brasil está abaixo da média mundial: 1.9% contra 3.2% no resto do mundo.

Segundo o palestrante, este fato está intimamente ligado à excelência no sistema de prevenção de acidentes aéreos do país. De acordo com o ministro, o método investigativo do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) baseia-se no compromisso de uso exclusivo das informações apuradas em investigações das causas de acidentes aéreos para fins de prevenção e análise dos fatores humanos e materiais.

Em breve, a íntegra da palestra do ministro William Barros estará disponível no canal do Superior Tribunal Militar no Youtube.

Notícias STM