DINOMAR MIRANDA DOS SANTOS

A campanha do Superior Tribunal Militar (STM), em favor dos flagelados das fortes chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul desde o início de maio, arrecadou cerca de quatro toneladas de doações.

A campanha começou no dia 6 de maio e foi finalizada na última segunda-feira.

A solidariedade e a empatia dos moradores de Brasília para com o povo gaúcho resultaram na arrecadação de uma grande quantidade de água potável, ração, roupas e fraldas descartáveis para crianças e idosos.

Todo o material foi posteriormente carregado em um veículo do STM e levado à Base Aérea de Brasília, onde a Força Aérea Brasileira centralizou todas as doações e as transportou para as áreas afetadas, realizando a entrega aos desabrigados na capital gaúcha, na região metropolitana e nas cidades próximas à Lagoa dos Patos.

Mesmo com o encerramento da campanha, diversas pessoas têm comparecido ao Tribunal para fazer duas doações.

A partir de 1º de junho,  a contribuição do Plano de Saúde da Justiça Militar da União sofrerá reajuste de 15%. O índice aprovado representa, em média, um acréscimo de R$ 45,00 na mensalidade, que não era reajustada há três anos.

A decisão foi tomada, em reunião virtual extraordinária, pelo Conselho Deliberativo do Plas/JMU.  A atualização de valores resultará em um aporte anual de pouco mais de R$ 2 milhões para as contas do plano.

Na apresentação da proposta, o diretor de Serviços de Saúde, João Henrique Ribeiro Ferreira, explicou que o reajuste visa buscar recompor, minimamente, a inflação dos últimos anos ocorrida nos procedimentos médicos, odontológicos, hospitalares e clínicos.

“Só a inflação médica em 2023, por exemplo, foi da ordem de 15%. O reajuste aprovado repõe pelo menos um ano de inflação”, disse o diretor, que também enfatizou que, de 2021, quando houve o último reajuste, até 2023, as despesas cresceram em mais de 50%, chegando a R$ 55 milhões anuais.

“Quando comparado com os demais planos de autogestão do Poder Judiciário, mesmo com o reajuste, tem-se que a contribuição do PLAS ainda é uma das mais baixas. Além disso, o Plano de Saúde é um dos planos que leva em conta a faixa salarial para definir a contribuição mensal dos beneficiários, assim quem ganha menos contribui com um valor menor”, disse. 

Durante a reunião, também foi enfatizado que o recurso que cobre as despesas do Plano de Saúde tem duas fontes: a contribuição dos beneficiários e a quantia fornecida pelo Orçamento Federal que consta em despesas discricionárias. Os recursos próprios do PLAS, além de custear despesas, gera rentabilidade, com aplicações, o que permite a oferta de benefícios aos usuários do plano.

Coparticipação - O coordenador do Plano de Saúde, Lúcio Andres, explica que a saúde financeira do plano, neste momento, é ótima, porém é preciso fazer as recomposições inflacionárias para que a mensalidade não fique muito defasada e, a médio prazo, acabe impactando na manutenção das contas do PLAS/JMU e atingindo, inclusive, a prestação de serviços.

“A retirada da coparticipação, desde outubro do ano passado, por exemplo, só foi possível por causa da rentabilidade gerada por meio da aplicação de recursos financeiros próprios.

Ressalte-se ainda que a tomada de decisão do reajuste foi realizada com base em estudos de cenários propostos pela empresa de cálculo atuarial, contratada para assessorar o PLAS nas contas da unidade.

Os estudos tiveram o objetivo de analisar as prospecções do plano nos próximos anos, com reajuste e sem reajuste, a fim de buscar a melhor forma de manter a sustentabilidade e saúde financeira do plano e, consequentemente, dos serviços prestados”, explicou Lúcio Andres.

O Plano de Saúde da Justiça Militar da União (Plas/JMU) quer saber a sua opinião sobre os serviços prestados. 

Para isso, os beneficiários titulares (ativos, inativos e pensionistas), são convidados a responderem a que será fonte de aperfeiçoamento no atendimento, revertendo em benefícios a todos.

A pesquisa é anônima, sendo as respostas mantidas em sigilo e tratadas de forma agrupada para fins de avaliação de indicadores.

Serão quatro blocos de perguntas que versam sobre o perfil do beneficiário, sobre o Plas, sobre o atendimento e sobre a comunicação.

Quem responder ao questionário concorrerá a um relógio Apple Watch, sendo os e-mails utilizados para o sorteio. 

O relógio pode ser uma ferramenta importante para acompanhar informações de saúde, já que possui sensor cardíaco elétrico; sensor de oxigênio no sangue; altímetro; acelerômetro; sensor de temperatura, dentre outras aplicações.

A pesquisa ficará disponível até a próxima segunda-feira (20) e pode ser encontrada seguindo o caminho: Intranet – Para Você – Pesquisa de Satisfação PLAS/JMU.

Aposentados - Os beneficiários titulares aposentados e pensionistas também serão convidados a participarem da pesquisa por meio de link enviado por WhatsApp, cadastrado na Coordenadoria do Plano de Saúde da Justiça Militar da União.

A sua colaboração é muito importante! Participe!

Um Ato do Superior Tribunal Militar (STM) suspendeu os prazos processuais para a região afetada pelas chuvas no estado do Rio Grande do Sul até 31 de maio.

O dispositivo informa que a suspensão do prazo é no âmbito do Superior Tribunal Militar e das 1ª, 2ª e 3ª Auditorias da 3ª Circunscrição Judiciária Militar (3ª CJM), com sedes em Porto Alegre, Bagé e Santa Maria, respectivamente.

Conforme o documento, esta suspensa, entre os dias 11 e 31 de maio, a contagem dos prazos processuais no STM naqueles feitos que sejam oriundos da 3ª CJM ou cujas partes estejam representadas exclusivamente por advogados inscritos na Seccional da OAB/RS.

Também suspende, no mesmo período, a contagem dos prazos nos feitos das Auditorias Militares da 3ª CJM. Esse prazos voltam a fluir em 1º de junho de 2024.

Com o tema “Memória: Preservação, Gestão e Inovação”, foi realizada a abertura do IV Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (Enam) na última terça (7), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2).

A programação se estendeu até esta sexta-feira (10), com palestras, oficinas e visitas técnicas a museus e a instituições judiciárias. 

O ministro Péricles Aurélio Lima de Queiroz, do Superior Tribunal Militar, representou a Justiça Militar da União.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, participou da abertura do evento e ressaltou a importância de conservar a história do Poder Judiciário, destacando o papel da Justiça Eleitoral nesse processo.

“A memória não é apenas um recurso para recordar o passado, mas uma ferramenta essencial para a construção do futuro. No contexto da Justiça Eleitoral, serve ainda para assegurar que cada eleição seja um pequeno tijolo que contribui para a construção e solidificação da soberania popular”, afirmou. 

Anfitriã da abertura, a presidente do TRT2, desembargadora Beatriz de Lima Pereira, fez especial menção aos representantes do Judiciário do Rio Grande do Sul, impedidos de comparecer em virtude das enchentes que atingem o estado. Em seguida, enalteceu a importância do encontro.

“Nos reunimos com o propósito de discutir os mais eficazes mecanismos para a preservação da história do Poder Judiciário e para compartilhar experiências que contribuam para o aperfeiçoamento da gestão documental e da memória dos tribunais do país”, disse.

O encontro é voltado a magistrados e magistradas, além de servidoras e servidores de setores relacionados à gestão de memória, arquivo, biblioteca e áreas correlatas. As atividades buscam debater estratégias para a preservação da história do Judiciário e o compartilhamento de experiências para o aperfeiçoamento da gestão documental e de memória nos tribunais do país. 

Além dos presidentes do TRE-SP e do TRT2, compuseram a mesa de honra da solenidade o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), desembargador Fernando Antonio Torres Garcia; o presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), desembargador federal Carlos Muta; o presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP), desembargador militar Enio Luiz Rossetto; e o presidente da Comissão de Gestão da Memória do Poder Judiciário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conselheiro Giovanni Olsson.

Nesta edição, o Enam foi organizado conjuntamente pelos cinco tribunais, em parceria com o CNJ.

Mulheres no Judiciário

Na palestra inaugural, a historiadora, escritora e professora Mary Del Priore abordou o tema “História das Mulheres no Poder Judiciário”. A especialista traçou um panorama do papel da mulher na sociedade brasileira, citando casos de violências e abusos sofridos, mas também as conquistas femininas ao longo de mais de 500 anos da história brasileira.

“Em 1996, o Congresso Nacional incluiu o sistema de cotas na legislação eleitoral obrigando os partidos a inscreverem candidatas nas chapas proporcionais. Em 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha, que aumentou o rigor nas punições de agressões contra a mulher e outras leis seguiram, como a do feminicídio”, apontou a historiadora.

Oficinas

Na quinta (9), os participantes se dividirão entre nove oficinas. Uma delas será sediada no TRE-SP e abordará o tema “História Oral”, ministrada pelo servidor José Washington da Silva Assis, do Centro de Memória Eleitoral (Cemel). Na oportunidade, será realizada uma visita guiada ao Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim. Na última quinta-feira (2), foi realizado o módulo virtual da oficina.

Premiação

Durante o encerramento, nesta sexta-feira (10), serão divulgados os vencedores do Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário, com a participação do presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Roberto Barroso. A premiação destaca ações, projetos, produções científicas ou trabalhos acadêmicos na área de preservação, valorização e difusão dos bens culturais materiais e imateriais do Poder Judiciário.

Enam

Instituído pelo CNJ por meio da Resolução nº 316/2020, o Enam é realizado anualmente desde 2021, preferencialmente na semana em que se celebra o Dia da Memória do Poder Judiciário (10 de maio), criado pela mesma norma. Confira a programação completa.

Com informações do TRE-SP

WhatsApp Image 2024 05 10 at 16.37.38

WhatsApp Image 2024 05 10 at 15.53.37

Ministros do Superior Tribunal Militar (STM) estão participando, nesta semana, do 10º Congresso Internacional de Direito na Lusofonia.

O evento está ocorrendo na Universidade do Minho, em Braga (Portugal), e foi iniciado na última terça-feira (7) com a abertura oficial feita pelo reitor Rui Vieira de Castro.

O primeiro painel do Congresso abordou o tema "Pessoa vs. Máquina - Direitos Humanos e Tecnologia".

Ontem (8) estiveram em apresentação, em uma das sessões paralelas, as "Regras de Bangalore de Conduta Judicial - da análise histórica à regulamentação da atividade ética do juiz Brasileiro", com Flávio Henrique Freitas, proposta conjunta com a ministra do Superior Tribunal Militar Maria Elizabeth Rocha.

Ainda na quarta-feira, o ministro do STM Lúcio Mário de Barros Góes participou como palestrante do 3º Painel - “Crises Humanitárias, Guerra e Paz”. O ministro palestrou sobre o tema "Operação Acolhida - Fluxo Migratório de Venezuelanos".

Já nesta quinta-feira (9), o ministro do STM Odilson Sampaio Benzi foi um dos palestrantes dentro do 4º Painel – “Proteção Ambiental e Direitos Humanos”. O ministro trouxe o tema "A Questão Yanomami: Crise Sanitária e Ambiental em Área Indígena do Brasil".

O general brasileiro Romeu Costa Ribeiro Bastos também palestrou no evento, com o tema "Demandas Judiciais por Medicamentos de Alto Custo no Brasil. Uma Análise do Direito à Saúde Frente à Tragédia dos Comuns".

O 10º Congresso Internacional de Direito na Lusofonia finaliza sua programação na tarde desta sexta-feira (10), em sessão plenária, com a palestra magna da ministra do STM Maria Elizabeth Rocha, que também integrou a comissão científica do evento. A magistrada trará a palestra “As Concessões Judiciais em Face do Direito à Saúde no Brasil - Ativismo ou Concretização de Direitos Fundamentais”?

Durante as celebrações do 10º Congresso Internacional de Direito na Lusofonia, ocorreu a cerimônia de reconhecimento público às entidades organizadoras das edições anteriores do congresso.

Foram reconhecidas as entidades:
- Superior Tribunal Militar do Brasil;
- Procuradoria-Geral da República de Angola;
- Procuradoria Militar de Angola;
- Universidade de Fortaleza /Programa de Pós-graduação em Direito Constitucional (PPGD) – Brasil;
- Universidade do Vale do Itajaí/ Programa de Pós-graduação em Ciência Jurídica (PPCJ) – Brasil;
- Universidade Eduardo Mondlane /Faculdade de Direito – Moçambique.

Veja a cobertura do evento no Linkedin da Universidade do Minho

WhatsApp Image 2024 05 09 at 17.42.33 2

1715274442663

 

 

 

O "Dia da Vitória" é comemorado no Ocidente em 8 de maio, data que remete ao ano de 1945, formalizando a derrota da Alemanha Nazista em favor dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. A data é motivo de grandes celebrações, especialmente na Europa, palco do conflito, onde milhões de pessoas perderam a vida no mais feroz conflito da humanidade.

No Brasil, o Estado brasileiro e as Forças Armadas do país também comemoram a rendição e reverenciam a data. O Brasil participou dos dois últimos anos do conflito, ao lado dos Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido, França e outros aliados, enfrentando Alemanha, Itália e Japão. O Japão permaneceu no conflito até setembro de 1945, quando se rendeu após ser alvo de armas nucleares norte-americanas em Hiroshima e Nagasaki.

Muitas histórias já foram contadas e diversos episódios sobre o conflito continuam a povoar filmes, documentários e artigos em revistas e jornais ao redor do mundo. No entanto, um desses episódios é pouco conhecido e compartilhado: a participação da Justiça Militar do Brasil, que de forma volante, no campo de batalha, acompanhou as tropas pelos alpes italianos desde o primeiro dia em que a Força Expedicionária Brasileira pisou na Europa.

Segundo um ofício de 26 de janeiro de 1946, que encaminhou o relatório de atividades da Justiça Militar da FEB ao Ministro da Guerra, General Pedro Aurélio de Góes Monteiro, foram julgados em primeira instância, em território italiano, 274 processos, dos quais 138 sob a responsabilidade da 1ª Auditoria e 136 sob a responsabilidade da 2ª. Ao Conselho Supremo de Justiça Militar (CSJM), como órgão de segunda instância, coube o julgamento de 130 apelações, ao todo. Foram 17 encaminhadas pelo Ministério Público Militar e 113 pelos Advogados de Ofício, na defesa dos réus condenados em primeira instância. Com relação à sua competência originária, o CSJM não analisou nenhum processo, uma vez que nem oficiais-generais, tampouco coronéis, foram indiciados pelo cometimento de crimes durante a guerra.

Além dos processos judiciais, a Coleção Força Expedicionária Brasileira, pertencente ao Arquivo do Superior Tribunal Militar, inclui diversos documentos administrativos produzidos durante a Segunda Guerra Mundial, como ofícios, cartas, telegramas, portarias, relatórios de atividades, mapas e relatórios de movimento judiciário, além de boletins internos e reservados da FEB.

No entanto, há um processo que se destaca entre tantos outros: os Autos da Apelação nº 21/1945/FEB, que trata da pena de morte aplicada a dois soldados do Exército Brasileiro por dois crimes gravíssimos contra cidadãos italianos. O estupro de uma adolescente italiana de 15 anos e o homicídio do tio dela, morto a tiros pelos algozes. O processo tramitou na 2ª Auditoria da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE FEB) entre 1º de abril de 1944 e 26 de dezembro de 1945 e no Conselho Supremo de Justiça Militar entre 12 de abril de 1945 e 31 de outubro de 1952. O processo possui 69 folhas e está digitalizado e disponível no site do STM.

Indisciplinados

Os dois soldados brasileiros estavam de folga naquele dia 9 de janeiro de 1945 e perambulavam pela região da comunidade de Madognana, perto de Pistoia. Adão Damasceno Paz, de 26 anos, era natural do estado do Rio Grande do Sul.

O outro era Luiz Bernardo de Morais, 21 anos, também gaúcho, solteiro. Ambos serviam no pelotão do QG da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), pertencente à FEB. No Brasil, eles pertenciam a regimentos diferentes no sul do país e não se conheciam antes de embarcarem para a guerra na Itália, mas tinham uma coisa em comum: várias prisões por transgressões disciplinares. Adão Damasceno servia no 1º Regimento de Cavalaria Independente, sediado em Itaqui (RS), tendo sido preso disciplinarmente duas vezes: uma por 8 dias, por ter abandonado o serviço; e uma segunda vez, por 10 dias, por ter agredido um colega de farda.

Em janeiro de 1944, foi incluído no efetivo da FEB, na Companhia do QG da 1ª DIE. No Rio de Janeiro, em agosto de 1944, foi preso novamente por 8 dias por estar embriagado e responder com desatenção ao comandante da guarda. Embarcou para a Itália em 17 de outubro de 1944, do porto do Rio de Janeiro, em um navio de transporte norte-americano. Chegou em Nápoles em 6 de novembro e, em 11 do mesmo mês, foi levado em uma barcaça para Livorno, de onde partiu de caminhão para a área de acampamento da FEB ao norte de Pisa. Dois meses depois, cometeu o crime.

Já o soldado Luiz Bernardo de Moraes ingressou no Exército em 16 de janeiro de 1942, no 2º Regimento de Cavalaria Independente, sediado em São Borja (RS). Em março do mesmo ano, foi preso por 15 dias por ter faltado à parada de serviço e ter faltado com a verdade com o comandante do esquadrão. Baixou várias vezes no hospital por doença. Em 21 de outubro de 1943, foi para Uruguaiana (RS) para integrar um contingente da FEB, que seguiria para a capital do Brasil. Também foi enviado para o Batalhão de Guardas. Chegou ao Rio em janeiro de 1944 e foi incluído na tropa de guerra em 7 de janeiro.

Mas a indisciplina militar voltou a florescer e ele foi novamente preso, por 20 dias, por estar embriagado. Embarcou no navio americano rumo à Itália em 20 de setembro de 1944. Chegou em 9 de novembro e foi transportado para a área de combate em 12 de novembro, no estacionamento da tropa, ao norte de Pisa. Dois meses depois, cometeu o grave crime.

Captura de tela 2024 05 08 193807

Estupro e morte

Era por volta das 16h do dia 9 de janeiro de 1945, em Madognana, próximo às residências dos familiares da adolescente de 15 anos,Margelli Giovanna. A tia dela, Cantelli Tonina di Bartolomeo, de 26 anos, testemunhou à justiça militar do Brasil que dois soldados brasileiros foram à casa dela na tarde daquele dia. Um moreno, robusto e outro branco, baixo e com pequenos bigodes. Após o convite, sentaram-se na casa para se aquecer do frio alpino. O primeiro conversou com a adolescente Marcelle e perguntou se ela tinha medo. A mesma pergunta foi feita para o filho de Cantelli Tonina, uma criança de 3 anos, e eles chegaram a dar um chocolate de presente para o menino.

Em seguida, os militares começaram a falar entre si, em português, e um deles disse a Margelli Giovanna que ela era muito mal educada e que iria ensiná-la a se comportar bem. A testemunha afirmou também que um dos militares chegou a dizer que os alemães eram ruins, mas os brasileiros eram bons, e então eles foram embora da residência.

Contudo, à noite, por volta das 20h, os mesmos militares voltaram à casa de Cantelli Tonina di Bartolomeo. A família já estava em repouso quando bateram à porta. Na casa estavam a testemunha, o filho dela de três anos, a avó doente, a prima Margelli Giovanna, seu irmão Stefano, além do primo Giuseppe Vivarelli. Stefano abriu a porta e os dois brasileiros entraram. Um ficou na porta e o outro entrou na casa. Luiz, armado com uma metralhadora, atirou contra o lampião da casa.

Com os tiros, Cantelli Tonina disse que ficou amedrontada e fugiu para um dos quartos. Mas Luiz ordenou que ela voltasse para a cozinha. Todos os cômodos da casa estavam escuros. Giovanna, por sua vez, começou a gritar por socorro. Era Adão arrastando-a para um dos quartos.

A tia, aproveitando-se da escuridão, foi para outro quarto, abriu a janela e fugiu. Uma rajada de metralhadora cortou a escuridão durante sua fuga, mas, por sorte, não a atingiu. Ela se abrigou na casa de um tio próximo. Seu irmão Stefano, aquele que abriu a porta, também conseguiu sair correndo. Tonina ouviu outro disparo de metralhadora e recebeu a ordem de seu irmão para ir para outro lugar. Ela seguiu para a casa de Torri Virinia, uma vizinha a pouco mais de um quilômetro do local. De lá, conseguiu ajuda e, junto com um jovem chamado Bonaiuti Nino, foi para a localidade de Cae Ciabate, no comando militar brasileiro, pedir ajuda.

Agarrada por Adão, Margelli Giovanna foi dominada e levada para um quarto, onde foi "deflorada", segundo os termos dos autos. O segundo acusado, Luiz, ficou na porta da casa vigiando para impedir a aproximação de qualquer pessoa. Mas, em socorro de Giovanna, Leonardo Vivarelli, de 57 anos, se aproximou da casa.

Uma rajada de metralhadora, disparada por Luiz, ceifou imediatamente a vida do camponês italiano. Após terminar o estupro, Adão "deu lugar" a Luiz, que foi ao quarto da menor, enquanto Adão passou a vigiar a porta da casa. A ocorrência chegou ao comando das tropas brasileiras após os carabineiros locais levarem seis termos de declaração prestados pelas vítimas.

Ação Penal

Luiz confessou que mentiu para Adão, pois não conseguiu consumar o crime sexual devido ao estado de embriaguez. A Polícia do Exército agiu rapidamente e conseguiu prender os criminosos, que confessaram os crimes tanto no Inquérito Policial Militar quanto na Ação Penal Militar, iniciada em 1º de fevereiro pela 2ª Auditoria Militar. O órgão de primeira instância da Justiça Militar deslocou-se de Pistoia para Porreta (Itália) para processar e julgar os criminosos.

Na ação penal, figuraram como testemunhas o terceiro sargento Victorio Manganelli, o cabo Renan Alves Pinheiro e o agricultor Galli Sylvio Madognana. Também participaram do processo, na condição de informantes, as vítimas Cantelli Tonina di Bartolomeo, Cantelle Stefano di Bartolomeo e Margelli Giovanna.

O processo, em Porreta Terme, foi distribuído ao juiz auditor da 2ª Auditoria da 1ª DIE pelo general de divisão João Batista Mascarenhas de Moraes, comandante da 1ª DIE, no dia 21 de janeiro de 1945, 15 dias após o crime. A denúncia foi oferecida pelo promotor Orlando Murtinho da Costa no dia 25 de janeiro.

Um laudo médico, datado de 10 de janeiro, atestou a causa mortis de Vivarelli Leonardo. O médico e 2º tenente Enzo dos Santos Trevisani declarou que o cadáver do camponês Vivarelli estava "prostrado em decúbito dorsal, sobre os degraus da entrada da residência, do nº 231, da comunidade Madognana, havendo sob ele e na cavidade bucal grande quantidade de sangue e ferimentos causados por vários tiros. Também havia uma contusão occipital e na região dorsal do tórax, que deixaram impressão de terem sido produzidos pela queda". A causa mortis foi ferimento por projétil de arma de fogo penetrante do tórax, com lesão dos vasos do pescoço e anemia aguda.

Outro laudo médico também atestou a violência sexual contra a menor. O laudo foi realizado em 16 de janeiro, às 14h, no acantonamento da Companhia de Tratamento, situada junto à ponte Venturina, atestado pelo capitão médico Antonio Lauriodo de Camargo e pelos médicos peritos Thales Miranda Moreira e Enzo dos Santos Trevisani.

Os acusados foram citados judicialmente em 27 de janeiro em Pistoia para comparecerem no dia 1º de fevereiro ao juízo da 2ª Auditoria, às 10h, a fim de serem processados pelos crimes, conforme denúncia do promotor. Na Auditoria, atuaram o juiz auditor tenente-coronel Eugênio Carvalho do Nascimento, o promotor capitão Orlando Moutinho Ribeiro da Costa e o 2º tenente Bento Costa Lima Leite de Albuquerque, como advogado de ofício, com a sessão aberta às 10h30 daquele dia. Na ocasião, a promotoria não requereu diligências, e a defesa não arrolou testemunhas. A sessão foi suspensa às 15h, tendo os membros da Auditoria retornado à sua sede no QG recuado da 1ª DIE, em Pistoia.

Na ação penal, a promotoria pediu a pena máxima, a pena de morte, sustentando que a imputação feita estava provada e que os militares tinham histórico de maus antecedentes e agravantes disciplinares, inclusive por abuso de álcool. A defesa, por sua vez, argumentou que Adão não praticou o crime de violência sexual porque não houve resistência da vítima; para o segundo acusado, o advogado de ofício alegou que Luiz não agiu dolosamente, mas com culpa, quando atirou contra Leonardo Vivarelli, pedindo sua absolvição.

Em 7 de fevereiro, o juiz auditor proferiu sua decisão, considerando os réus culpados e os condenando à pena capital. "Resolvo condenar, como condeno, Adão Damasceno e Luiz Bernardo à pena máxima do artigo 302, III, combinado com o artigo 181, parágrafo 2º, V, do CPM, a qual sendo a morte, pelo homicídio cometido para assegurar a execução de violência carnal, absolver a pena de corrente da prática deste delito, uma vez que dele não resultou o falecimento do agente passivo". 

Apelação ao Conselho Supremo de Justiça Militar

Inconformada com a condenação à morte de ambos os militares, a defesa apelou junto ao Conselho Supremo de Justiça Militar no dia seguinte, em 8 de fevereiro de 1945, argumentando que o juiz auditor não aplicou adequadamente a pena de morte. A defesa alegou que o crime foi praticado na presença do inimigo, diferenciando as situações conforme o estatuto dos militares, o que deveria atenuar as penas. Além disso, a defesa informou que os réus confessaram os crimes, o que deveria beneficiá-los.

O procurador geral no Conselho Supremo, general de brigada Waldemiro Gomes Ferreira, opinou pela confirmação da sentença. "É a conclusão que emerge do artigo 62, que faculta ao juiz desprezar a atenuante da confissão da autoria de crime, ignorada ou imputada a outrem, quando se tratar de delito punido.”

Por sua vez, o relator no Conselho Supremo foi o general Boanerges Lopes de Sousa. O caso foi apreciado e julgado, em sede de segunda e última instância, em 7 de março de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, cerca de dois meses após o crime. Na oportunidade, os juízes do Conselho Supremo de Justiça Militar decidiram negar provimento à apelação e confirmaram a sentença de morte aos militares.

Para o relator, a confissão não foi espontânea e resultou de providências tomadas pelo serviço de Polícia Militar da FEB. Argumentou que mesmo havendo confissão espontânea, ao juiz era facultado atender ou não às circunstâncias atenuantes do artigo 62.

"Os crimes foram praticados em zona de efetivas operações militares, devendo ser considerados como praticados na presença do inimigo, exigindo, assim, como muito bem se expressou o auditor que proferiu a sentença, repressão enérgica da justiça com o fim de assegurar, não só a manifestação da ordem e da disciplina, como o respeito e a confiança que as Forças Expedicionárias Brasileiras devem inspirar aos nossos aliados no teatro de operações e junto à população em contato com as mesmas forças," votou o relator.

A pena de morte não foi cumprida.

Como a Segunda Grande Guerra chegou ao fim, os réus regressaram ao Brasil ainda em 1945. O presidente Getúlio Vargas comutou a pena de morte em prisão pérpetua e depois a 30 anos de prisão. Ambos morreram de morte natural nos anos 1990. 

A última execução à morte ocorrida no Brasil ocorreu há quase 150 anos, na pacata cidade de Pilar, na província de Alagoas, em 28 de abril de 1876. Um escravo fora condenado e enforcado por ter matado a pauladas e punhaladas um fazendeiro e sua mulher. 

 

 

Captura de tela 2024 05 08 193738

 

O Superior Tribunal Militar (STM) abriu, no último dia 7, um posto de coleta para ajudar os flagelados das enchentes que têm assolado a região sul do Brasil, principalmente o estado do Rio Grande do Sul.

Desde então, o posto de coleta vem arrecadando doações, incluindo água mineral, roupas, alimentos, rações e cobertores.

O posto do STM funciona das 08h às 19h e recebe doações não só de servidores do STM, mas de todas as pessoas, que não tenham disponibilidade de transporte até a Base Aérea de Brasília, que estejam interessadas em fazer sua contribuição,

O material arrecadado será encaminhado à Base Aérea de Brasília e transportado pela Força Aérea Brasileira diretamente para a região afetada.

O ponto de coleta está instalado na biblioteca, localizada na entrada do edifício-sede do STM, onde você pode depositar sua doação.

 

Prazos processuais suspensos

Conforme decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está suspenso, no período de 2 a 10 de maio de 2024, a contagem dos prazos processuais nos tribunais do país, naqueles feitos de que sejam parte o estado do Rio Grande do Sul ou seus municípios, bem como naqueles que sejam oriundos das varas e tribunais sediados no estado ou cuja partes estejam representadas exclusivamente por advogados inscritos na seccional da OAB/RS.

Os prazos voltam a fluir em 11 de maio de 2024. 

Doações em dinheiro via pix

O governo gaúcho também reativou o canal de doações para a conta SOS Rio Grande do Sul. Foi restabelecida a chave pix do CNPJ 92.958.800/0001-38, a mesma utilizada no ano passado, vinculada à conta bancária aberta pelo Banrisul.

Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário a vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura dos municípios.

Com o canal oficial de doações, o governo centraliza a ajuda financeira, fornece segurança aos doadores e amplia a transparência da alocação do dinheiro, uma vez que a movimentação dos recursos passará por auditoria e fiscalização do poder público.

Acesse o site oficial do Governo

Campanha da FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB), por outro lado, deu início a uma campanha de coleta de donativos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

Além de receber o material - inicialmente roupas, colchonetes, água potável e gêneros alimentícios não-perecíveis - a FAB realizará a distribuição em coordenação com o Comando Conjunto Ativado para a Operação Taquari II.

A Base Aérea do Galeão, a Base Aérea de São Paulo e a Base Aérea de Brasília centralizarão as doações.

SAIBA ONDE DOAR

Base Aérea de Brasília

Endereço: Área Militar do Aeroporto Internacional de Brasília

Horário: 8h às 18h

Base Aérea de São Paulo

Endereço: Portão G1 - Av. Monteiro Lobato, 6365 - Guarulhos - SP ou  Portão G3 (Acesso pelo Aeroporto)

Horário: 8h às 18h

Base Aérea do Galeão

Endereço: Estrada do Galeão S/N

Horário: 8h às 18h

boasss

 

A Auditoria Militar de Manaus (12ª CJM) tomou a iniciativa de arrecadar materiais para doação às vítimas das calamidades das chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul.

O ponto de coleta da 12ª CJM estará disponível entre os 7 de maio e 9 de maio e no dia 13 de maio, das 9h às 19h.

Serão recebidos água mineral, fraldas descartáveis, ração para pets, roupas e alimentos não perecíveis.

A 12ª CJM fica na Avenida Soão Jorge, 2835, bairro de São Jorge, em frente ao Bicho de Seda e ao lado do CIGS (Centro de Instrução de Guerra da Selva)

 

 

No último dia 30 de abril, no plenário da Auditoria da 5ª Circunscrição Judiciária Militar (5ª CJM), sediada em Curitiba (PR), ocorreu a solenidade de entrega da comenda da Ordem do Mérito Judiciário Militar (OMJM), presidida pelo juiz federal da Justiça Militar Arizona D'avila Saporiti Araújo Júnior.

A OMJM foi criada pelo Superior Tribunal Militar (STM), em Sessão de 12 de junho de 1957 e destina-se a homenagear pessoas e instituições, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, por meio da concessão de insígnias nos seguintes graus: Grã-Cruz, Alta Distinção, Distinção e Bons Serviços.

Foram agraciados nesta cerimônia o desembargador Robson Marques Cury; o coronel Agnelo Albert Peres Moreira; o tenente Edi Carlos Bernardino; o tenente Lauro dos Santos Campos, Rachel Madureira Régnier e o Everaldo Guedes.

Após a entrega das condecorações, os servidores da auditoria receberam uma menção elogiosa em razão do expressivo resultado positivo mais uma vez alcançado em sede de Correição Geral Ordinária no ano de 2023.

Antes do encerramento da solenidade, o juiz Arizona D'avila Saporiti Araújo Júnior  fez o uso da palavra para destacar pontos marcantes da história da história da Auditoria e da Justiça Militar da União. 

20240430 162845

20240430 170011

20240430 1650260